Como um desdobramento surpreendente, torna-se evidente que o MoviePass era ainda mais problemático do que inicialmente se pensava.
O serviço de assinatura de ingressos de cinema, que garantia aos clientes a possibilidade de assistir a um filme por dia nos cinemas por US$ 9,95 por mês, encerrou suas operações oficialmente em 2019. No entanto, de acordo com um comunicado da Comissão Federal de Comércio divulgado na segunda-feira, a empresa se esforçou para impedir que seus clientes assistissem a filmes nos cinemas.
O MoviePass supostamente realizou essa ação de maneira calculada e bastante engraçada em três formas.
Inicialmente, conforme divulgado em um comunicado da FTC sobre a queixa, o MoviePass desativou as senhas dos usuários e afirmou de forma enganosa que havia identificado fraudes relacionadas às suas contas. Isso envolveu um grande número de clientes. Segundo a queixa, o MoviePass realizou essa ação para 75.000 usuários, sendo que muitos deles foram posteriormente impedidos de acessar suas contas devido a problemas frequentes com o processo de redefinição de senha do MoviePass.
A FTC relata que o ex-CEO da MoviePass, Mitchell Lowe, em conjunto com o CEO da empresa-mãe da MoviePass, “instituiu, autorizou ou participou da implementação do sistema de bloqueio de senhas”.
De acordo com a informação, o MoviePass teria introduzido um programa para verificar os bilhetes que não operou conforme esperado, resultando na proibição de milhares de assinantes de usufruir do serviço.
E, de forma ainda mais chocante, “os responsáveis pela MoviePass utilizavam ‘mecanismos de filtro’ para impedir que determinados grupos de usuários – geralmente aqueles que assistiam a mais de três filmes por mês – continuassem utilizando o serviço depois de atingirem certos limites coletivos estabelecidos com base no custo mensal para a empresa”.
Sim, e há mais do que isso.
Além de impedir o acesso dos clientes que assistiram a mais filmes do que o MoviePass desejava pagar, a empresa também teria desagradado os demais clientes como uma forma adicional de retaliação.
Outras opções: A MoviePass expôs os números de cartão de crédito dos clientes em um servidor desprotegido.
Os responsáveis pela MoviePass não implementaram medidas adequadas para proteger as informações pessoais dos assinantes, como nomes, endereços de e-mail, datas de nascimento, números de cartão de crédito e dados de localização, conforme relatado pela FTC em um comunicado à imprensa. Por exemplo, a empresa armazenava informações pessoais dos clientes, incluindo dados financeiros e endereços de e-mail em formato de texto simples e não impunha restrições sobre quem poderia acessar esses dados.
A MoviePass e sua empresa controladora chegaram a um acordo para lidar com as acusações da FTC, incluindo restrições contra distorcer informações futuras e a melhoria da segurança de dados.
Espero que isso seja o bastante para impedir que esse vilão tenha uma continuação.